Para além
do importante núcleo de azulejaria que, por si só, constitui o edifício do
Convento da Conceição –
azulejaria hispano-árabe de tipo aresta dos séculos XV e XVI, e
azulejaria portuguesa dos séculos XVII e XVIII
– o Museu Regional de Beja possui um vasto espólio no domínio da arte azulejar,
proveniente de igrejas e conventos demolidos em Beja
nos finais da século XIX. A colecção constitui um importante núcleo de
cerâmica de revestimento existente em Portugal, e é composta por exemplares que,
quer em quantidade quer em qualidade, nos permitem traçar um pouco da história
do azulejo em Portugal. Sabe-se que o Palácio dos Infantes e o Convento da
Conceição foram dos primeiros edifícios nos quais se aplicaram azulejos em
Portugal.
De Manises, grande centro manufactureiro da região de Valência em
Espanha, existem exemplares datados da 2ª metade do séc. XV,
os alfardons
e as
losetas. São provavelmente os exemplares mais antigos
existentes no Museu.
Avulta
igualmente um importante conjunto de azulejos
hispano-árabes de «corda-seca» de ornamentação geométrica (onde predominam os
entrelaçados rectilíneos ou curvilíneos) e vegetalista (cardos, rosetas...), dos
sécs. XV e XVI, provenientes do centro de fabrico de Sevilha. Apresentando tons
de raros verdes e castanhos, alguns destes azulejos possuem, inscritos no seu
verso
letras
e
desenhos, constituindo assim um apontamento interessante acerca
do seu local de origem ou do artesão que lhes deu forma.
Enriquece
a colecção um conjunto de azulejos de aresta (encaixilhados) de reflexo metálico
e padrão renascentista do séc. XVI, e azulejos de aresta também do séc. XVI, de
brilhante colorido e profusamente decorados com motivos vegetalistas e
geométricos.
O século
XVII encontra-se representado com um importante conjunto de azulejos policromos,
provenientes do antigo palácio dos Infantes e do Convento da Conceição.
Da azulejaria portuguesa setecentista, largamente inspirada na porcelana
importada da China, predominam alguns azulejos a avulso com ornamentação
vegetalista.
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